O que era uma distração temporária se tornou seu objeto de prazer, gostava de observar o trabalho daquela que organizava seu lar, internamente repetia sem parar S-E-R-V-E-N-T-E, aquela que está lá para servi-la, trocava objetos de lugares e a culpava, sempre arranjava motivos para que ela ficasse até tarde trabalhando, sujava propositalmente as roupas das crianças, gostava especialmente do semblante constante de sua vitima, nenhuma indignação, nenhum comentário rude de volta, ela apenas a ouvia e lhe demonstrava olhares de desespero diante as acusações de sua senhora. Com o tempo esses pequenos atos se tornaram insuficientes para sua satisfação, assim como uma droga, seu corpo exigia mais daquela sensação, passou então a aumentar seu consumo, manchava as roupas que estava na máquina de lavar e a acusava duramente, após as acusações de displicência e incapacidade viu a jovem se desmanchar em prantos, gargalhava por dentro em um ápice de prazer, passou a mão em sua cabeça para consolar o ser choroso em sua frente, era uma confirmação, ela era a justiça, a única que a outra conheceria e a que lhe aplicaria as devidas punições, detinha esse poder sobre sua serva.
Passava a noite pensando nos castigos que aplicaria, nas situações que criaria a fim de humilhá-la conforme a sua vontade, imaginava sua empregada nos eventos mais sórdidos e se deliciava com essas visões, pensou diversas vezes em agressões físicas, se sentia como um carrasco punindo sem se importar com a procedência dos crimes ou a possível inocência de sua vitima, uma tarde entupiu o vaso sanitário, defecou logo em seguida imaginando as reações que encontraria a seguir, a chamou e notificou do problema no banheiro, parou na porta para observar o procedimento, a empregada então se negou, pediu que chamasse um encanador, argumentando que esse não era seu trabalho, jamais ouvira uma afronta pior, sua ira por tal rebeldia foi tão grande que agarrou a jovem moça pelos cabelos, a mesma somente se debateu enquanto ela a atingia no rosto, após a agressão, pediu que ela saísse de sua frente e fosse se recompor na cozinha, surpreendeu-se após a volta da mesma em 20 minutos avisando que iria partir, assistiu imóvel a saída de sua serva pela porta.
Posteriormente comentou muito abalada com o marido sobre a forma absurda que a empregada havia partido, por dentro ela se corroia, questionando a si mesma como passaria seus dias, mas seu companheiro lhe mostrara imediatamente novas possibilidades, dizendo: “Não se preocupe, rapidamente encontraremos outra, essas meninas são produzidas em série”, ela logo teria um outro brinquedo, poderia dormir tranquilamente essa noite.