terça-feira, 30 de novembro de 2010

Idéias

Pra que haja amor, deve haver contradição, não abrace minhas palavras, se estas são pra você, apenas mais um tijolo de um muro que você já construiu.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sobre o amor II

Era noite quando eles se conheceram, através de amigos em comum, partilhavam mesmos interesses, trocaram sorrisos e olhares, dividiram o mesmo copo e o mesmo desejo, que posteriormente se transformou em uma ação e ao amanhecer estavam dividindo a mesma cama. Passaram então a compartilhar seus momentos, longas conversas e uma juvenil paixão, logo caíram nos problemas dos casais, tudo conforme o previsto no roteiro do amor-romântico, sua história seguia, portanto um caminho bem clássico, o estipulado as relações contemporâneas. Mas em um momento a receita de hormônios desandou, e assim como o corpo humano se desgasta com o tempo, a paixão envelheceu, tornando-se uma rancorosa senhora solitária beirando a morte.


Mas ela ainda se arrastava pela casa resmungando, graças a um dos indivíduos que ainda não esquecera os momentos iniciais, o silencio estava agora sempre presente, abrindo espaço somente para eventuais brigas, brigas essas que já não ocorriam com vigor de quem protesta, mas sim um pedido de morte a uma situação já irremediável.

Nesse momento as sensações mais perversas corrompem os melhores humanos, que apegados ao seu orgulho, se deixam seduzir pela força, sentindo o desinteresse de seu par, nosso amante ainda apaixonado caiu em desgraça, passando a imaginar sua companheira nas situações mais constrangedoras de traição. Aquela pessoa que antes ele amara, se tornou uma vilã em seu jogo, passou então a sufocá-la diariamente, como nas torturas a afogava em acusações intercalando tais atos com perguntas sem sentido, para ver a mesma confessar os crimes que não cometeu. Esses novos sentimentos sentiam fome, passou a devorar sua companheira, comer sua carne. Logo ela estava encostada em um canto, e já não falava, apenas vagava entre os móveis do quarto com um olhar cada vez mais perdido, para que ela ficasse, ele passou a administrar pequenas doses de veneno, e graças a sua fraqueza, ela nunca saia.

Um dia ao chegar em casa encontrou um corpo frio e estático em sua cama, tocou todas as partes do corpo exposto contemplando cada detalhe, cheirou seu cabelo , beijou seus lábios, penetrou em seu sexo cru, e só nesse momento ele percebeu, que ela já havia partido há muito tempo, chorou recostado no boneco estendido na sua cama, objeto de sua adoração, que um dia lhe forneceu o calor de suas coxas e o conforto do seu colo, e que agora ele destruíra.